Após sete anos, irmãos brasileiros devem concluir volta ao mundo em veleiro neste sábado
17/05/2025
(Foto: Reprodução) Irmãos de Ubatuba (SP) deram início ao sonho de completar uma volta ao mundo em um veleiro em 2018. Eles conheceram 52 países e prometem novos desafios. Após sete anos, irmãos brasileiros estão prestes a concluir volta ao mundo em veleiro
Reprodução/Instagram
Depois de mais de sete anos, os irmãos brasileiros que ficaram famosos por tentar dar uma volta ao mundo em um veleiro estão muito próximos de realizarem o sonho. Eles devem concluir o desafio neste sábado (17).
Celso Pereira Neto, de 32 anos, e Lucas Faraco, de 29, saíram de Ubatuba, em março de 2018 e vão retornar à cidade do Litoral Norte de São Paulo após 2.630 dias. A ideia é chegar no Saco da Ribeira, uma praia da cidade, por volta das 11h.
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A volta ao mundo
Depois de deixar Ubatuba no dia 5 de março de 2018, os irmãos percorreram toda a costa brasileira, pelo oceano Atlântico Sul. Em seguida, o veleiro seguiu pelas regiões do Caribe, Ilhas Virgens Britânicas, Colômbia e Canal do Panamá, até chegar na Polinésia Francesa pelo oceano Pacífico Sul.
Após deixar a Polinésia Francesa - que foi o local onde os irmãos passaram mais tempo - o veleiro foi para Fiji, Nova Zelândia e Indonésia.
Em seguida, os irmãos enfrentaram o oceano Índico - que é considerado perigoso por conta das ondas e do tempo - e chegaram na África, último continente antes do retorno à América do Sul.
Ao todos, eles conheceram 52 países.
Irmãos brasileiros a bordo de veleiro estão perto de completar volta ao mundo
Reprodução/Instagram
Como o sonho começou
Os irmãos Celso e Lucas têm forte ligação com veleiros desde quando eram crianças - os dois foram criados pelos pais em uma embarcação.
A família é de Ribeirão Preto e vivia na cidade do interior de São Paulo, mas decidiu largar a vida convencional para morar em um barco em Ubatuba, no litoral paulista.
Celso Pereira Neto e Lucas Faraco com os pais, no barco onde a família morava quando os irmãos eram crianças
Arquivo pessoal
Apenas quando o irmão mais velho, Celso, completou seis anos, que a família decidiu se estabilizar em terra firme, em Ubatuba, por conta da escola dos dois, que eram crianças e precisavam estudar.
Eles se formaram e começaram a fazer faculdade, mas um sonho - novamente relacionado ao veleiro - mudou tudo: eles decidiram dar a volta ao mundo a bordo do veleiro ‘Katoosh’, que recebeu esse nome por conta de um cachorro de estimação da família.
Para concretizar o sonho, os irmãos começaram a usar a embarcação para vender passeios no Litoral Norte de São Paulo e juntaram dinheiro, que foi usado para fazer uma grande reforma no barco, com o objetivo de deixá-lo preparado para uma missão do tamanho de uma volta ao mundo.
Início da missão
Com tudo em ordem, a missão começou no dia 5 de março de 2018, quando eles deixaram Ubatuba.
“O veleiro é a nossa casa e o nosso meio de locomoção”, afirmou Celso Pereira Neto em entrevista ao g1 no ano passado.
“Conhecemos muitos lugares novos. É como se fosse um 'mochilão' de barco. 90% do tempo ficamos parados, em terra, aproveitando esses lugares. Só 10% do tempo estamos no mar. Por isso já faz tempo que começamos, mas o sonho está próximo", completou.
De acordo com Celso, a ideia inicial era completar a volta ao mundo em três anos. Mas a pandemia e o envolvimento com os países, culturas e povos que conheceram fizeram o planejamento se estender.
Irmãos brasileiros a bordo de veleiro estão perto de completar volta ao mundo
Reprodução/Instagram
Desde o início da aventura, eles já conheceram diversos países, culturas e povos diferentes, o que tem enriquecido ainda mais a experiência.
“Em alguns casos deixamos o barco atracado em um lugar e pegamos um voo para um país próximo. Dependendo do lugar, a passagem de avião é muito barata.”
O planejamento inicial também previa que os irmãos trabalhassem nos países que visitaram para ganhar dinheiro e seguir a viagem. Mas, como conseguiram patrocínios por conta dos diversos seguidores que ganharam nas redes sociais, não foi necessário trabalhar.
Irmãos brasileiros a bordo de veleiro estão perto de completar volta ao mundo
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Novos desafios
Se engana quem pensa que, após dar uma volta ao mundo, os irmãos Celso e Lucas vão sossegar. De acordo com Lucas, eles ficarão poucos dias em Ubatuba após a chegada, pois já têm novos planos.
“Vamos ficar pouco tempo em Ubatuba. Não vamos ter um ponto fixo no Brasil. A ideia é não parar. Somos novos e queremos viver novas aventuras, focando na criação de conteúdo", afirma o irmão mais novo, Lucas.
Lucas afirma que já há uma nova missão principal, que ainda não pode ser revelada. Ele garante, porém, que a próxima aventura é ainda mais chocante do que dar a volta ao mundo em um veleiro.
“As redes sociais estão nos abrindo novas portas, novas oportunidades. Então já temos um novo projeto, que acho que é mais chocante, vai chocar mais pessoas do que esse de dar uma volta ao mundo. Ainda não posso falar, mas acho que vamos revelar em dois meses."
Chegada
Além de familiares e amigos, os irmãos de Ubatuba devem ser recepcionados por fãs. Isso porque o sonho de dar uma volta ao mundo ficou conhecido e ganhou as redes sociais - eles somam 1 milhão de seguidores no Instagram e mais de 500 mil no Youtube.
“A expectativa é enorme. Por concluir esse sonho e por rever uma galera que a gente não vê há mais de sete anos. Também porque começamos essa aventura com nenhum seguidor e agora tem muita gente acompanhando pelo Instagram e Youtube”, diz Lucas.
“É algo muito novo. Temos zero costume com isso, porque saímos do Brasil sem seguidores e vamos voltar com vários, que demonstram muito carinho por nós. É um sentimento gratificante."
Após sete anos, irmãos brasileiros estão prestes a concluir volta ao mundo em veleiro
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Irmãos ficaram à deriva
A primeira vez que Celso e Lucas ganharam grande repercussão aconteceu em 2019, quando eles ficaram à deriva por dias no veleiro no mar da Polinésia Francesa, durante uma tempestade no Oceano Pacífico Sul.
O problema aconteceu após o veleiro se chocar com uma baleia. Com o impacto, o leme do barco - parte responsável por nortear a embarcação - quebrou. No meio do mar, não havia para quem pedir ajuda.
Como se isso não bastasse, o Oceano Pacífico Sul teve uma tempestade com chuva e ventos de mais de 100 quilômetros por hora.
“Nos chocamos com uma baleia e ficamos à deriva mais de três dias. Foram 86 horas assustadoras, mas deu tudo certo”, lembra Lucas.
Imagem de arquivo - Em 2019, irmãos brasileiros que ficaram à deriva na Polinésia Francesa conseguiram atracar: 'pesadelo chegou ao fim'
Reprodução/ Instagram
Mesmo assim, Lucas afirma que, entre os 52 países que conheceu durante a volta ao mundo, o local que mais gostou foi justamente a Polinésia Francesa.
“O lugar do mundo que eu mais gostei foi a Polinésia Francesa. É um lugar que tem uma beleza surreal e nós ficamos bastante tempo lá. A ideia era ficar alguns meses, mas ficamos três anos, pois foi quando começou a pandemia. Ficamos presos lá, e não podia entrar mais turistas. Então conhecemos várias ilhas, até de forma um pouco privativa, por causa disso. Eu curti muito", afirmou Lucas.
Irmãos de Ubatuba estão prestes a concluir a volta ao mundo em veleiro
Após sete anos, irmãos brasileiros estão prestes a concluir volta ao mundo em veleiro
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Irmãos brasileiros a bordo de veleiro estão perto de completar volta ao mundo
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