RS tem delegacias da mulher em menos de 5% dos municípios, segundo dados da Polícia Civil

  • 17/05/2025
(Foto: Reprodução)
São apenas 23 delegacias pelo RS, o que representa 4,6% de todos os 497 municípios gaúchos. Secretaria da Segurança Pública não se manifestou. Falta de estrutura e efetivo nas delegacias da mulher O Rio Grande do Sul sofre com o baixo número de delegacias especializadas no atendimento à mulher (DEAMs). As unidades ligadas à Polícia Civil estão presentes em apenas 23 cidades do estado, o que representa 4,6% de todos os 497 municípios gaúchos, segundo apuração da RBS TV, com base em dados disponibilizados pela Polícia Civil RS. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Além da falta de delegacias especializadas, também faltam delegadas responsáveis em algumas unidades. É o caso de Alvorada, na Região Metropolitana, que não tem uma autoridade policial titular há mais de um ano. Desde então, o serviço é feito por policiais de outras unidades, em sistema de revezamento. Em Esteio, também na Região Metropolitana, uma delegacia da mulher foi inaugurada sem ter uma delegada titular. O trabalho é feito pela delegada de Canoas, cidade vizinha. Quando ela sai de férias, uma outra delegada fica responsável pelas duas delegacias da mulher além da sua própria unidade distrital. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia, Guilherme Yates Wondracek, explica que, além da falta de delegacias especializadas, o número de policiais é baixo nas poucas que existem. "Nós temos hoje, em 2025, um efetivo inferior a 1980, quando tínhamos 244 municípios, hoje temos 497. A criminalidade aumentou exponencialmente (...) e o efetivo é bem menor que há 45 anos atrás. Os policiais trabalham sobrecarregados, porque são poucos, não são valorizados e muitos deles pedem para sair", lamenta. Em Erechim e Rio Grande, o governo do estado decidiu transformar as delegacias da mulher em delegacias de Proteção à Grupos Vulneráveis (DPGV), responsável também por investigações de crimes contra idosos, crianças e adolescentes e casos de preconceito racial ou religioso. O Sindicato dos Policiais Civis (UGEIRM) explica que os relatos que chegam dos agentes é de que a pressão aumentou. "O trabalho na DEAM é supercomplexo, não pode ter nenhuma falha, qualquer erro de um policial pode resultar na morte de uma mulher", conta Fabio Castro, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis. A RBS TV ainda apurou que três delegacias da mulher são comandadas por homens: é o que ocorre nas DEAMs em Novo Hamburgo, Ijuí e Cruz Alta. Segundo a Lei 14.541/23, todas as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam) devem funcionar ininterruptamente. Reprodução/RBSTV Falta estrutura no Interior A falta de estrutura se repete em todo o estado. Segundo a Polícia Civil, apenas a delegacia da capital funciona 24 horas por dia, conforme exigido por lei. De acordo com a Lei 14.541/23, todas as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam) devem funcionar ininterruptamente, 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo finais de semana e feriados. No entanto, há ainda regiões inteiras sem nenhuma unidade especializada. No Litoral Norte, não há uma única DEAM. Entre Guaíba, Região Metropolitana e São Lourenço do Sul, no Centro-Sul, também não. Parobé, cidade mais populosa do Vale do Paranhana, está sem. Na Fronteira Oeste, só Uruguaiana tem uma delegacia da mulher — nada em São Gabriel ou Alegrete. Crise na polícia As denúncias e a demora no atendimento levaram a uma crise entre polícia e governo. O então chefe de polícia, Fernando Sodré, foi exonerado. O diretor do Departamento de Grupos Vulneráveis, Cristian Nedel, também caiu. E a delegada Cristiane Ramos, que chefiava a Divisão de Proteção à Mulher, pediu exoneração alegando assédio moral e pressão interna. A nova diretora, Tatiana Bastos, afirma que medidas já estão sendo adotadas para melhorar o serviço em Porto Alegre — onde a situação é mais crítica por conta do volume de atendimentos. “Percebemos que faltava gestão. Reorganizamos as escalas e agora temos cinco servidores por dia em turnos de 12 horas. Instalamos também um terminal de registros para casos sem risco imediato à vida. Mas é importante não desqualificar o trabalho da Deam”, diz. Ela reforça que a delegacia da mulher é, em muitos casos, a única porta aberta para mulheres em situação de violência. “Temos problemas estruturais, sim. Mas atacar o órgão é um desserviço. Precisamos fortalecer essas instituições, não enfraquecê-las", comenta. O g1 procurou o novo chefe de polícia, Heraldo Guerreiro, mas ele está em férias. O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, foi chamado a comentar o número reduzido de delegacias e policiais, mas o governo respondeu que as dúvidas poderiam ser respondidas pela nova diretora da Divisão de Proteção à Mulher — que, no entanto, não tem atribuição sobre efetivo e estrutura fora da capital. Junto à Polícia Civil, existem delegacias especializadas no atendimento à mulher. Reprodução/RBSTV VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/05/17/rs-tem-delegacias-da-mulher-em-menos-de-5percent-dos-municipios-segundo-dados-da-policia-civil.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. Me atraiu

Gabriela Rocha

top2
2. Meu filho descança

Maria Marçal

top3
3. Generación Gracia Música - O Nazareno

Aline Barros

top4
4. Hoje

Pr. Lucas

top5
5. Plano tão lindo

André e felipe

Anunciantes